terça-feira, 12 de abril de 2011


Foto da feira da Maratona


Semana retrasada estive em Santiago, no Chile. Nos eventos da Maratona, haviam as distâncias de 10, 21 e 42km. A prova já há alguns anos com o patrocínio da Adidas estava muito bem organizada e com 27 mil corredores participantes. Uma opção internacional de corrida muito interessante.

Me inscrevi na Meia Maratona e conforme o manual orientava, após o km 10 haveria um desvio no percurso da Maratona em direção a finalização do percurso da Meia.

Neste ponto que passei batido começa a minha história. Não vi nenhuma sinalização e quando estava no km 18 me confirmou o que suspeitava, havia seguido reto no percurso da Maratona. Resolvi retornar já em ritmo bem suave e após ter percorrido quase 24km tomei um táxi e retornei para a chegada onde se encontrava meus alunos e as minhas coisas no guarda volume.

Não fiquei chateado com o ocorrido, para surpresa de muita gente que conheço e é ai que gostaria de comentar um pouco disso.

Vamos em corridas para nos divertir, cumprir desafios, melhorar tempos, entre tantos outros objetivos.  Quando algo de errado acontece, não deve ser o fim do mundo, quantas tantas outras provas temos pela frente, precisamos aceitar com naturalidade estas fatalidades no percurso

Em todos estes anos treinando os mais variados corredores, iniciantes, intermediários e avançados, sempre trombo com alguns que perdem todo o pique só por terem corrido 10km um minuto mais lento do que o programado

Cheguei a presenciar um corredor reclamar de sua performance apòs uma corrida e quando perguntei qual era seu melhor tempo naquela distância ele respondera que havia sido naquela prova, naquele momento. Puxa! mas nem com o seu record pessoal quebrado  ele não estava satisfeito? E assim vão muitas situações parecidas.

Por isso me senti muito feliz em suportar sem nenhuma crise o erro de percurso de minha meia Maratona em Santiago, afinal, o bom é que agora tenho mais uma história pra contar!

Bons treinos e até a próxima

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Joaquim Cruz




Muito recentemente me chamou atenção a entrevista na revista Veja de Joaquim Cruz, medalhista olímpico e recordista dos 800mts na Olimpíada de Los Angeles em 84. Joaquim Cruz tem uma história vitoriosa e brilhante na sua carreira de atletismo, esta trajetória iniciou-se no Brasil, mas logo que se tornou um atleta de alto nível se mudou para os Estados Unidos onde treinou até o fim de sua carreira e onde até hoje vive com sua família.

O Título que chama a entrevista diz “Com sorte, só em 2020” que retrata não só o pensamento, mas a contestação que se faz da nossa trajetória de formação de atletas que possam obter sucesso em 2016 na olimpíada que será sediada em nosso país.

Trabalho no esporte há mais de 25 anos, tive a felicidade de preparar fisicamente duas atletas olímpicas do nado sincronizado, Isabela e Carolina de Moraes, que competiram nas olimpíadas de Sydney 2000 e Atenas em 2004 e por isso me sinto seguro em comentar sobre isso. Nunca vi nem ouvi falar em atletas de sucesso que não precisaram ter uma preparação de ao menos 8 anos para se desenvolverem à um nível olímpico.

Todas as pessoas que são ligadas a área de esporte, sérias e competentes, sabem que o nosso governo não fez nada com tempo correto para obter sucesso em 2016, embora venda ao povo que esta fazendo.
O motivo de estarmos atrasados é muito simples, para se fazer atletas de alto nível o investimento de descoberta de talentos, treinamento e desenvolvimento técnico e físico tem de ser a longo prazo e o Brasil não sabe fazer nada a longo prazo.

Enquanto nos países desenvolvidos as escolas e universidades são os berços dos atletas de sucesso, aqui nem bola se tem para iniciar a brincadeira, o que dizer então das instalações?

Não quero com isso que pensem que sou pessimista, prefiro que me vejam como pessoa realista.

Tenho a plena convicção de que a maioria dos atletas que estarão no pódio nas próximas olimpíadas e na do Brasil em 2016 estarão por méritos próprios, assim como até hoje e sempre foi.

É uma pena, pois todos sabem o potencial humano que temos em nosso país.

É isso, abraços e bons treinos!